ArqueografiaI
19/05/2010
Uma das primeiras capas de caderno TILIBRA – 1979
Arqueografia I Obs. Essa palavra é a junção de arqueologia e fotografia, que criei para falar de coisas do meu passado fotográfico.
Todo fotógrafo tem sua história. A minha, como a de muitos, começou quando descobri a importância do desenho. Na adolescência a primeira câmara. Formato de filme: 120. Branco e preto, e o aprendizado baseado nas tentativas e erros. Na universidade uma Nikon F, sem fotômetro me acompanhou por muitos anos.
Nessa época a fotografia já havia se associado ao meu interesse pelo desenho, e essa união me levou a uma pós graduação acadêmica nos Estados Unidos com uma bolsa de estudos para um mestrado em Design Gráfico, com uma carga considerável de disciplinas de fotografia.
Voltei para a universidade para assumir minhas funções docentes, e a fotografia permaneceu como a forma de expressão preferida.
1979 foi o ano que pela primeira vez atendi uma agencia de publicidade: a Thomas Propaganda, de Bauru. Uma pequena e criativa agência que tinha entre seus clientes a Tilibra, hoje uma multinacional na área de papelaria. A Thomas teve a ousadia de propor fotos nas capas dos cadernos, e criou uma linha denominada Jeans. Eu fui convidado a fazer as fotos. E pela primeira vez no Brasil os jovens puderam usar cadernos com capas ilustradas com fotos, hoje é um padrão nacional
Ainda não tinha um estúdio, apenas as câmaras e flashes portáteis. Usei uma Hasselblad CM, com uma lente 150 mm. A Agência cuidou da produção. Decidi por uma luz difusa, rebatida. Postei a modelo contra a luz do sol e de frente para uma parede branca. Usei um fotômetro Gossen Pró para conferir a exposição. Fiz um único filme de 12 exposição com frames de 6 x 6 cm. Ektachrome, ISO 64. Marcos Horta era diretor de arte, hoje é um grande ilustrador. Somos amigos até hoje.
A imagem acima é uma reprodução de uma prova da Gamma Fotolito, em S. Paulo, datada de 07 de julho de 1979.